Portugal e Mensagem têm 8 letras. O oito é um número de
harmonia, mas também um número ligado aos templários, mais precisamente à cruz
Templária que tem 8 pontas. É a mesma cruz que depois vai nas caravelas, já
cruz de da Ordem de Cristo, seguimento natural dos Templários depois da
extinção destes por ordem Papal. Assim, Pessoa num primeiro sentido diz-nos que
a "Mensagem" é "Portugal" e que "Portugal" é a
realização da missão da Ordem de Cristo e - por descendência - da Ordem do
Templo.
Os poemas do livro estão organizados de forma a compor uma epopeia
fragmentária, em que o conjunto dos textos líricos acaba formando um elogio de
teor épico a Portugal. Traçando a história do seu país, Pessoa envereda por um
nacionalismo místico de carácter sebastianista.
O
livro contem 44 poemas agrupados em 3 partes, representam as três etapas
do Império Português: Nascimento, Realização e Morte, seguida de um
renascimento.
O
Brasão;
O Mar Português e no
futuro na terceira;
O
Encoberto;
Brasão - conta-se
a história das glórias portuguesas. Se estrutura como o brasão português, que é
formado por dois campos: um apresenta sete castelos, o outro, cinco quinas. No
topo do brasão, estão a coroa e o timbre, que apresenta o grifo, animal
mitológico que tem cabeça de leão e asas de águia. Assim se dividem os poemas
desta parte, remetendo ao brasão de Portugal
Mar português - são
apresentadas as navegações e conquistas marítimas de Portugal. Apresenta as
principais etapas da expansão ultramarina que levou Portugal a ocupar um lugar
de destaque no mundo durante os séculos XV e XVI: "E ao imenso e
possível oceano / Ensinam estas Quinas, que aqui vês, / Que o mar com fim será
grego ou romano: / O mar sem fim é português." Esta segunda parte (O
Mar Português) é formada por 12 poemas.
O Encoberto - é apresentado o mito
sebastianista de retorno de Portugal às épocas de glória. Apresenta o
misticismo em torno da figura de Dom Sebastião, rei de Portugal cuja frota foi
dizimada em ataque aos mouros em 1578. Muitas previsões, como a do sapateiro
Bandarra e a do padre Antônio Vieira, prevêem o retorno de Dom Sebastião para
resgatar o poderio de Portugal, criando o Quinto Império, marcando a supremacia
de Portugal sobre o mundo: "Grécia, Roma, Cristandade, Europa, os quatro
se vão Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu dom
Sebastião?" Nesta terceira parte, cada uma de suas três subdivisões é, por
seu turno, subdividida, respectivamente, em 5, 3 e 5 partes.