quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Mitificação do Herói

A epopeia Os Lusíadas mostra a história do povo que teve a ousadia da aventura marítima e a intenção em exaltar os heróis que construíram e alargaram o Império.
Os navegantes e, em especial, Vasco da Gama, ultrapassaram a sua individualidade do herói colectivo (povo). São símbolos do heroísmo lusíada, do seu espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita.
A viagem exprime a passagem do desconhecido para o conhecido, ou seja, da realidade do Velho Continente e dos seus mitos indefinidos para novas realidades de uma planeta a descobrir.
Camões, ao contrário dos épicos anteriores, escolheu um herói colectivo, procurando que a sua epopeia anunciasse a história de todo o povo, afirmando que todos os navegantes que chegaram à Índia e todos os heróis lusíadas merecem a mitificação.
Nega a existência de deuses, dizendo que estes são criação do homem para tentar explicar o que lhes parece difícil de explicar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mensagem, Fernando Pessoa



Portugal e Mensagem têm 8 letras. O oito é um número de harmonia, mas também um número ligado aos templários, mais precisamente à cruz Templária que tem 8 pontas. É a mesma cruz que depois vai nas caravelas, já cruz de da Ordem de Cristo, seguimento natural dos Templários depois da extinção destes por ordem Papal. Assim, Pessoa num primeiro sentido diz-nos que a "Mensagem" é "Portugal" e que "Portugal" é a realização da missão da Ordem de Cristo e - por descendência - da Ordem do Templo.



Os poemas do livro estão organizados de forma a compor uma epopeia fragmentária, em que o conjunto dos textos líricos acaba formando um elogio de teor épico a Portugal. Traçando a história do seu país, Pessoa envereda por um nacionalismo místico de carácter sebastianista.


O livro contem  44 poemas agrupados em 3 partes, representam as três etapas do Império Português: Nascimento, Realização e Morte, seguida de um renascimento.


 O Brasão;
O Mar Português e no futuro na terceira;
 O Encoberto;

Brasão - conta-se a história das glórias portuguesas. Se estrutura como o brasão português, que é formado por dois campos: um apresenta sete castelos, o outro, cinco quinas. No topo do brasão, estão a coroa e o timbre, que apresenta o grifo, animal mitológico que tem cabeça de leão e asas de águia. Assim se dividem os poemas desta parte, remetendo ao brasão de Portugal

Mar português - são apresentadas as navegações e conquistas marítimas de Portugal. Apresenta as principais etapas da expansão ultramarina que levou Portugal a ocupar um lugar de destaque no mundo durante os séculos XV e XVI: "E ao imenso e possível oceano / Ensinam estas Quinas, que aqui vês, / Que o mar com fim será grego ou romano: / O mar sem fim é português." Esta segunda parte (O Mar Português) é formada por 12 poemas.

O Encoberto - é apresentado o mito sebastianista de retorno de Portugal às épocas de glória. Apresenta o misticismo em torno da figura de Dom Sebastião, rei de Portugal cuja frota foi dizimada em ataque aos mouros em 1578. Muitas previsões, como a do sapateiro Bandarra e a do padre Antônio Vieira, prevêem o retorno de Dom Sebastião para resgatar o poderio de Portugal, criando o Quinto Império, marcando a supremacia de Portugal sobre o mundo: "Grécia, Roma, Cristandade, Europa, os quatro se vão Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu dom Sebastião?" Nesta terceira parte, cada uma de suas três subdivisões é, por seu turno, subdividida, respectivamente, em 5, 3 e 5 partes.

Velho do Restelo


Personagem de Os Lusíadas que constitui uma espécie de defensor da antítese à tese expansionista. Com efeito, este velho  «de  aspecto venerando», com  «um saber de experiência feito», e, como tal, «digno de ser ouvido»  - para usar as expressões de Luís de Camões - interveio junto dos navegadores portugueses que se aprestavam para partir para a empresa marítima da Índia, no sentido de lhes alertar contra os perigos da ambição em excesso e da cobiça pelas riquezas vindas do Oriente. Como solução alternativa, advogava a ida para o Norte de África, onde havia praças-fortes a conquistar aos Mouros.

Deste modo, o Velho do Restelo representa a voz da razão num momento de euforia e deslumbramento, a voz da experiência perante a irreverência. Em certa parte, os seus conselhos acabaram por se revelar proféticos, pois a prosperidade das Descobertas cedo se revelou fugaz, seguindo-se a decadência económica e territorial. Além disso, as contrapartidas da Expansão eram óbvias: jovens viúvas esperaram eternamente pelos maridos, a sociedade portuguesa tornou-se ociosa e cega pela ganância.