quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Texto Dramático


É constituído por:
Texto principal composto pelas falas dos actores que é ouvido pelos espectadores;
Texto secundário (ou didascálico) que se destina ao leitor, ao encenador da peça ou aos actores.
É composto:
Pela listagem inicial das personagens;
Pela indicação do nome das personagens no início de cada fala;
Pelas informações sobre a estrutura externa da peça (divisão em actos, cenas ou quadros);
Pelas indicações sobre o cenário e guarda-roupa das personagens;
Pelas indicações sobre a movimentação das personagens em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação de voz com que devem proferir as palavras;

Acção – é marcada pela actuação das personagens que nos dão conta de acontecimentos vividos.

Estrutura externa – o teatro tradicional e clássico pressupunha divisões em actos, correspondentes à mutação de cenários, e em cenas e quadros, equivalentes à mudança de personagens em cena.
O teatro moderno, narrativo ou épico, põe completamente de parte as normas tradicionais da estrutura externa.
Estrutura interna:

Exposição – apresentação das personagens e dos antecedentes da acção.
Conflito – conjunto de peripécias que fazem a acção progredir.
Desenlace – desfecho da acção dramática.

Classificação das Personagens:

Quanto à sua concepção:

Planas ou personagens-tipo – sem densidade psicológica uma vez que não alteram o seu comportamento ao longo da acção. Representam um grupo social, profissional ou psicológico);
Modeladas ou Redondas – com densidade psicológica, que evoluem ao longo da acção e, por isso mesmo, podem surpreender o espectador pelas suas atitudes.

Quanto ao relevo ou papel na obra:

Protagonista ou personagem principal Individuais;
Personagens secundárias ou Figurantes Colectivas

Tipos de caracterização:

Directa – a partir dos elementos presentes nas didascálias, da descrição de aspectos físicos e psicológicos, das palavras de outras personagens, das palavras da personagem a propósito de si própria.
Indirecta – a partir dos comportamentos, atitudes e gestos que levam o espectador a tirar as suas próprias conclusões sobre as características das personagens.


Espaço – o espaço cénico é caracterizado nas didascálias onde surgem indicações sobre pormenores do cenário, efeitos de luz e som. Coexistem normalmente dois tipos de espaço:
Espaço representado – constituído pelos cenários onde se desenrola a acção e que equivalem ao espaço físico que se pretende recriar em palco.
Espaço aludido – corresponde às referências a outros espaços que não o representado.

Tempo:
Tempo da representação – duração do conflito em palco;
Tempo da acção ou da história – o (s) ano (s) ou a época em que se desenrola o conflito dramático;
Tempo da escrita ou da produção da obra – altura em que o autor concebeu a peça.

Discurso dramático ou teatral:
Monólogo – uma personagem, falando consigo mesma, expõe perante o público os seus pensamentos e/ou sentimentos;
Diálogo – fala entre duas ou mais personagens;
Apartes – comentários de uma personagem que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
Além deste tipo de discurso, o tecto dramático pressupõe o recurso à linguagem gestual, à sonoplastia e à luminotécnica.

Intenção do autor - pode ser:
Moralizadora;
Lúdica ou de evasão;
Crítica em relação à sociedade do seu tempo;
Didática.

Formas do género dramático:
Tragédia;
Comédia;
Drama;
Teatro Épico.

Outras características:
Ausência de narrador.
Predomínio do discurso na segunda pessoa (tu/vós).

domingo, 11 de novembro de 2012

Phiilip Roth - Património


Roth assiste à batalha que o seu pai – famoso pelo seu vigor, charme e pelo seu repertório de recordações de Newark – trava com o tumor cerebral que o irá matar. O filho, repleto de amor, ansiedade e medo, acompanha-o em cada atemorizante estádio da sua provação final e, ao fazê-lo, revela o apego à vida que marcou o compromisso longo e teimoso do seu pai com a vida.







“Património” é a recriação dos últimos anos de vida de Herman Roth, 86 anos, após a morte súbita da mulher e de lhe ter sido diagnosticado um tumor cerebral. 

O livro narra os últimos anos do pai de Roth: desde a morte da mulher até sua própria morte. O foco principal está nos meses que se seguiram à identificação de um tumor no cérebro do senhor Herman Roth: os ensaios de tratamento, o desconsolo, a espera.

Philip, narrador e simultaneamente autor, percorre também suas dificuldades pessoais, os dilemas que enfrentou antes e depois da doença paterna, a melancolia dos Roth, que corta gerações e anestesia vontades, limita as demonstrações de afetos e afasta quem se desejava que estivesse próximo.

Em Patrimônio, Philip Roth narra a história de Herman Roth, seu pai, nos últimos momentos e faz uma avaliação da relação entre os dois. Dito assim, parece muito simples, mas a vida nunca é assim de verdade. No começo desse relato, Herman está com 86 anos e percebe que está perdendo a visão do olho direito e está com parte do rosto paralisado e é diagnosticado erroneamente com uma paralisia de Bell (uma infeção virótica que causa um torpor, em geral temporário, num dos lados da face).




sábado, 10 de novembro de 2012

Análise do poema "As Ilhas Afortunadas"


Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutamos, cala,
Por ter havido escutar.

E só se, maio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos,
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.

São ilhas afortunadas,
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.


O Poema que refere, “As Ilhas Afortunadas”, encontra-se na terceira parte do livro de Fernando Pessoa. Encontra-se porém num “momento sebástico”. Sendo certo que a questão Sebastianista foi longamente debatida ao longo da história nacional, pessoa enquadra-se nela enquanto um poeta-profeta, que embora admita o regresso físico do rei perdido (chega a justificar tal regresso pela teoria da metempsicose, ou transmigração das almas), faz essa justificação através da única linguagem que a pode entender – a poesia.
Após desenhar na primeira parte da Mensagem a figura do rei, príncipe mártir, traído pela sua ambição, mas o quinto mártir, e por isso ungido de sagrado significado futuro, na segunda parte, as acções dos marinheiros aparecem como que por obra e graça da intervenção divina, no que António Quadros denomina como sendo uma visão providencial da história”, em que esta se dá a conhecer, quando ainda oculta, no milagre, na revelação e no mito.  É a terceira parte já totalmente destinada ao Encoberto, a El-Rei D. Sebastião feito já mito.
 No primeiro dos símbolos, o rei morre mas é divinizado pela sua morte heróica.
 No segundo símbolo Pessoa fala da sua visão do Quinto Império (remeto aqui para as análises feitas já no fórum sobre este assunto).
 O advento do Quinto Império, o Império do Espírito, encontra evidentes similitudes com a ressurreição de Jesus Cristo, porque se espera o regresso de alguém feito mito, depois do seu martírio e morte.
 No terceiro símbolo, D. Sebastião já é O Desejado, caminho para a nova religião, Galaaz, ou o revelador do Santo Graal escondido, que trará essa nova esperança a um povo perdido.

 O quarto símbolo, sobre o qual me questiona no seu pedido, falando das Ilhas Afortunadas, remete para o inconsciente, para fora do plano do mito, onde apenas “esperanças infundadas e vagas” residem: “São ilhas afortunadas, são terras sem ter lugar, Onde o Rei mora esperando, Mas, se vamos despertando, Cala a voz, e há só o mar”. Ou seja, a esperança nas “ilhas afortunadas”, onde um “rei mora esperando”, “se vamos despertando”, se acordarmos de as sonhar, “cala a voz, e há só o mar”, cala-se a esperança e resta o nada que é o sonho depois dele acordarmos. Finalmente, no quinto símbolo, a “Religião do Encoberto” ocupa o lugar da religião cristã, sendo as referências à rosa, referências herméticas à sociedade secreta dos rosa-crucianos.

Análise do poema "O mar português"


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.




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Como bem indica esta pessoana de renome, o poema «Mar Português» surge na continuação do que é a Mensagem. No entanto, e se tal for possível, é ainda mais hermético do que aquela, porque se na Mensagem se invoca o Mar Português ainda físico da conquista e depois lentamente transcendental do espírito, no poema «Mar Português» a invocação é já plenamente transcendental, focada na importância da obra do próprio Fernando Pessoa num futuro renascer da alma nacional. 

Identificam-se temas comuns entre este poema e a Mensagem. Nomeadamente a referência ao mar simultaneamente espelho e abismo, onde a alma se perde no sonho e depois do sonho se reflecte num projecto de futuro esplendoroso porque plenamente espiritual e desligado da terra. 


Há o reconhecimento que nada mais há a buscar no mar físico, mas que resta a exploração do mar espiritual, onde Pessoa quer ser empossado argonauta, porque é através da poesia, da linguagem do inefável, que se podem descobrir os mistério da alma e da vida, escondidos à visão normal dos homens. 


Um primeiro ciclo exauriu-se: o da descoberta do mar. Um novo ciclo se anuncia: a segunda vinda, a descoberta da alma, do mar espiritual. 


É a água, o elemento água, a paz, a solidão, a reflexão, o contínuo movimento de renovação e desafio que permite a revelação da profecia. É a água que simboliza a latência do sonho, a água nua, despida e apenas espelho ou abismo, que mostra e que esconde. Combinação proibida de opostos, como a própria poesia, que se por um lado comunica, nada diz de imediato, mas antes quer provocar em quem a lê a reflexão mais profunda ou a reflexão mais imediata, o abismo e o espelho. O mar, o sonho e a poesia são os três elementos que Dalila Pereira da Costa indica como sendo os vectores essenciais da alma portuguesa. Não interessa a ambição, mas o sonho, não interessa o destino, mas a viagem, não importa nada que se acabe na sua própria realização, porque nada que se consuma inteiramente pode ser eterna. 


Portugal, pátria à beira água é também pátria à «beira-mágua». O sofrimento e a dor marcam a viagem ás ilhas afortunadas da alma, porque nenhuma grande descoberta se faz sem sacrifício de monta e relevo. 


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sonho de D. Manuel


D. Manuel logo que assume o poder pretende dar continuidade aos desejos do seu antecessor, na conquista de novos mares e de novas terras. Uma noite sonha com «vários mundos», «nações de muita gente, estranha e fera» (IV, 69) e vê «dous homens, que mui /velhos pareciam / de aspeito, inda que agreste, venerando» (IV, 71). Estes apresentam-se como sendo os rios Ganges e Indo, que afirmam a D. Manuel que é tempo de mandar «a receber de nós tributos grandes» (IV, 73). O sonho prenuncia os êxitos, a fama, o poder e a glória de que se cobrirá o Rei por ter conseguido descobrir o Oriente.
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Os navegantes e, em especial, o comandante das naus, Vasco da Gama, ultrapassam a sua individualidade ou a particularização do herói coletivo, que é o povo português. São símbolo do heroísmo lusíada, do espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita.
Nos vários episódios e no recurso à mitologia, há elementos simbólicos importantes que podem ajudar na interpretação dessa mensagem humanista e de exaltação lusíada que Camões nos deixou.

 O sonho é um símbolo do que pode o espírito humano quando procura pôr em prática as suas aspirações. É símbolo da capacidade de conquista, de vontade de ir sempre mais além, de desbravar o desconhecido. E símbolo da política expansionista portuguesa na época.


Estrutura do Sonho


Apresentação de condições atmosféricas e Celestes (divinas) favoráveis

“claro Céu”= a proteção divina (“guardava”)

Classificação da ação de D. Manuel I:
§  Sobrevalorizada pelo superlativo em “tão árdua”;
§  Dupla adjetivação de caráter positivo em “subidos e ilustres movimentos”






Justificação:
herança dos antepassados: “Manuel, que a Joane sucedeu / no Reino e nos altivos pensamentos”;
                       



Exaltação da empresa marítima: “tomou mais a conquista do mar largo”


§    Advérbio de quantidade “mais” reforça a continuidade da ação desenvolvida pelo antecessor, D. João II, mas sublinhando que a ação de D. Manuel I foi mais longe;
§    Adjetivo “largo”- sublinha a grandiosidade da extensão do ato.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mitologia n` Os Lusíadas


Camões, apesar de ser católico, utiliza a mitologia pagã por quatro razões:



a)obedece a uma regra dos poemas épicos (todas as epopeias a devem utilizar);
b)assegura a unidade interna da acção da epopeia (colocando em oposição humanos e deuses);


c)embeleza a intriga (de outra forma seria um mero relato da viagem);


d)serve para glorificar o povo português, comparando-o aos deuses (valoriza os homens a quem Neptuno e Marte obedeceram).




Na sua epopeia Venus é a deusa  que apoia os heróis portugueses. Vénus era filha do Céu e da Terra. Também se diz que era filha do Mar e que Saturno preparou o seu nascimento, formando-a da espuma das águas. E há ainda quem afirme que era filha de Júpiter e da ninfa Dione, sua concubina. Conta-se que Vénus, logo após o seu nascimento, foi arrebatada para o céu, em grande pompa, pelas deusas Horas, que presidiam às estações, e todos os deuses a acharam tão formosa, que a designaram deusa do amor e cada um deles queria desposá-la. Foi Vulcano que a recebeu por mulher, por ter forjado os raios com que Júpiter combateu os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Mas Vénus, não podendo suportar o marido pela sua grande fealdade, entregou-se à vida dissoluta e teve muitos amantes, entre os quais Marte, filho de Juno e deus da guerra, de quem teve Cupido. Vulcano, que a surpreendeu com Marte, cercou o lugar com uma rede invisível e convocou todos os deuses para que presenciassem o espetáculo.


Baco era o filho do deus olímpico Zeus e da mortal Sémele. Deus do vinho, representava seu poder embriagador, suas influências benéficas e sociais. Promotor da civilização, legislador e amante da paz. Líber é seu nome latino e Dioniso é seu equivalente grego.Juno, sempre preocupada e agastada contra as numerosas concubinas de Júpiter, seu marido, aconselhou Sémele, quando esta estava grávida, a pedir a Júpiter que se lhe mostrasse em todo o seu esplendor, ao que ele acedeu com dificuldade. A majestade do deus desencadeou fogo no palácio, e Sémele morreu nas chamas. Com receio de que Baco, que Sémele trazia no ventre, viesse também a morrer queimado, Júpiter recolheu-o numa coxa até ao tempo do seu nascimento. Foi então confiado secretamente a Ino, tia de Júpiter, que o criou com o auxílio das Horas e das ninfas. Quando chegou a homem, Baco conquistou as Índias e passou depois para o Egipto, onde ensinou a agricultura aos homens e deu início à plantação da vinha. Salvou-se sempre das perseguições contínuas de Juno e transformou-se em leão para devorar os Gigantes que ameaçavam Júpiter e o céu. Depois da vitória sobre os Gigantes ficou a ser o deus mais poderoso, a seguir a Júpiter. Baco representa-se, geralmente, sobre um coche puxado por tigres, linces ou panteras, às vezes com uma taça em uma das mãos e na outra um tirso, do qual se servia muitas vezes para fazer brotar fontes de vinho. Na sua epopeia Baco é o opositor dos heróis portugueses.

Adamastor foi o mítico gigante baseado na mitologia greco-romana, referido por Luís de Camões n'Os Lusíadas, que representava as forças da natureza contra Vasco da Gama sob a forma de uma tempestade ameaçando a ruína daquele que tentasse dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico, os alegados domínios de Adamastor. O Adamastor tem, não só o papel de reforçar o positivismo da viagem, assim como o Velho também; e de enfatizar o "mais que humano feito", referido na proposição. Realçando a coragem do Herói, individual ou coletivo, que enfrenta, apesar do medo, desafios mais que do poder do Homem, porque o herói renega a sua emoção, segue a ordem de el-rei. Mais à frente o narrador mostra-nos como este grande gigante tem uma fraqueza, um amor impossível, mostrando que até o mais poderoso ser padece dessa doença benigna, que é o amor.



Apolo é o Deus dos jovens que simboliza a pureza e a perfeição. Apolo representa a harmonia, a moderação a ordem e a razão.









Neptuno era um deus romano do mar, inspirado na figura grega Posídon. Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente era o deus das fontes e das correntes de água.
Mercúrio era o deus encarregado de levar as mensagens de Júpiter. Era o deus da eloquência, do comercio, dos viajantes e dos ladroes.


Vulcano, Deus do fogo, era filho de Júpiter e de Juno. Como era extremamente feio,  Júpiter lançou-o para fora do céu; foi cair na Ilha de Lemnos, quebrou uma perna e ficou coxo. Desposou Vénus, que não o pôde suportar, por causa da sua fealdade e lhe foi muitas vezes infiel. Vulcano fabricava raios para Júpiter, que com eles ficou vitorioso na luta contra os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Vulcano tinha as suas forjas nas ilhas de Lemnos e Líparo e ainda no interior do monte Etna, na Sicília, onde trabalhavam os Ciclopes, seus oficiais, que tinham um só olho a meio da testa. Vulcano representa-se geralmente acompanhado por Vénus, como figura central; às vezes acompanhado de Vénus, sendo ele a figura principal.


Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. O povo romano considerava-se descendente daquele deus pelo facto de Rómulo ser filho de Réia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte. Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, na frente das muralhas de Tróia, da qual Marte se saiu perdedor. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vénus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia.




As Tágides são as ninfas do Tejo a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra Os Lusíadas.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Estrutura interna e externa de Os Lusíadas

Estrutura Interna

Proposição - onde o poeta expõe, em síntese, o que vai cantar;
Invocação - o poeta faz um apelo a seres sobrenaturais, às musas, para que o ajudem a contar os feitos heróicos dos humanos;
Dedicatória - o poeta dedica o poema ao rei D. Sebastião;
Narração - o poeta narra os acontecimentos da História de Portugal, cuja acção central é a viagem do caminho marítimo para a India.
Esta narração inicia-se in media res , isto é, a acção não é narrada pela ordem cronológica dos acontecimentos, inicia-se já no decurso da viagem, sendo a parte inicial narrada posteriormente, num processo de analepse.

Estrutura externa
Os Lusíadas está dividida em dez cantos, cada um deles com um número variável de estrofes, que, no total, somam 1102. Essas estrofes são todas oitavas de decassílabos heróicos, obedecendo ao esquema rimático “abababcc” (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois últimos).