quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mitologia n` Os Lusíadas


Camões, apesar de ser católico, utiliza a mitologia pagã por quatro razões:



a)obedece a uma regra dos poemas épicos (todas as epopeias a devem utilizar);
b)assegura a unidade interna da acção da epopeia (colocando em oposição humanos e deuses);


c)embeleza a intriga (de outra forma seria um mero relato da viagem);


d)serve para glorificar o povo português, comparando-o aos deuses (valoriza os homens a quem Neptuno e Marte obedeceram).




Na sua epopeia Venus é a deusa  que apoia os heróis portugueses. Vénus era filha do Céu e da Terra. Também se diz que era filha do Mar e que Saturno preparou o seu nascimento, formando-a da espuma das águas. E há ainda quem afirme que era filha de Júpiter e da ninfa Dione, sua concubina. Conta-se que Vénus, logo após o seu nascimento, foi arrebatada para o céu, em grande pompa, pelas deusas Horas, que presidiam às estações, e todos os deuses a acharam tão formosa, que a designaram deusa do amor e cada um deles queria desposá-la. Foi Vulcano que a recebeu por mulher, por ter forjado os raios com que Júpiter combateu os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Mas Vénus, não podendo suportar o marido pela sua grande fealdade, entregou-se à vida dissoluta e teve muitos amantes, entre os quais Marte, filho de Juno e deus da guerra, de quem teve Cupido. Vulcano, que a surpreendeu com Marte, cercou o lugar com uma rede invisível e convocou todos os deuses para que presenciassem o espetáculo.


Baco era o filho do deus olímpico Zeus e da mortal Sémele. Deus do vinho, representava seu poder embriagador, suas influências benéficas e sociais. Promotor da civilização, legislador e amante da paz. Líber é seu nome latino e Dioniso é seu equivalente grego.Juno, sempre preocupada e agastada contra as numerosas concubinas de Júpiter, seu marido, aconselhou Sémele, quando esta estava grávida, a pedir a Júpiter que se lhe mostrasse em todo o seu esplendor, ao que ele acedeu com dificuldade. A majestade do deus desencadeou fogo no palácio, e Sémele morreu nas chamas. Com receio de que Baco, que Sémele trazia no ventre, viesse também a morrer queimado, Júpiter recolheu-o numa coxa até ao tempo do seu nascimento. Foi então confiado secretamente a Ino, tia de Júpiter, que o criou com o auxílio das Horas e das ninfas. Quando chegou a homem, Baco conquistou as Índias e passou depois para o Egipto, onde ensinou a agricultura aos homens e deu início à plantação da vinha. Salvou-se sempre das perseguições contínuas de Juno e transformou-se em leão para devorar os Gigantes que ameaçavam Júpiter e o céu. Depois da vitória sobre os Gigantes ficou a ser o deus mais poderoso, a seguir a Júpiter. Baco representa-se, geralmente, sobre um coche puxado por tigres, linces ou panteras, às vezes com uma taça em uma das mãos e na outra um tirso, do qual se servia muitas vezes para fazer brotar fontes de vinho. Na sua epopeia Baco é o opositor dos heróis portugueses.

Adamastor foi o mítico gigante baseado na mitologia greco-romana, referido por Luís de Camões n'Os Lusíadas, que representava as forças da natureza contra Vasco da Gama sob a forma de uma tempestade ameaçando a ruína daquele que tentasse dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico, os alegados domínios de Adamastor. O Adamastor tem, não só o papel de reforçar o positivismo da viagem, assim como o Velho também; e de enfatizar o "mais que humano feito", referido na proposição. Realçando a coragem do Herói, individual ou coletivo, que enfrenta, apesar do medo, desafios mais que do poder do Homem, porque o herói renega a sua emoção, segue a ordem de el-rei. Mais à frente o narrador mostra-nos como este grande gigante tem uma fraqueza, um amor impossível, mostrando que até o mais poderoso ser padece dessa doença benigna, que é o amor.



Apolo é o Deus dos jovens que simboliza a pureza e a perfeição. Apolo representa a harmonia, a moderação a ordem e a razão.









Neptuno era um deus romano do mar, inspirado na figura grega Posídon. Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente era o deus das fontes e das correntes de água.
Mercúrio era o deus encarregado de levar as mensagens de Júpiter. Era o deus da eloquência, do comercio, dos viajantes e dos ladroes.


Vulcano, Deus do fogo, era filho de Júpiter e de Juno. Como era extremamente feio,  Júpiter lançou-o para fora do céu; foi cair na Ilha de Lemnos, quebrou uma perna e ficou coxo. Desposou Vénus, que não o pôde suportar, por causa da sua fealdade e lhe foi muitas vezes infiel. Vulcano fabricava raios para Júpiter, que com eles ficou vitorioso na luta contra os Gigantes, que queriam apoderar-se do céu. Vulcano tinha as suas forjas nas ilhas de Lemnos e Líparo e ainda no interior do monte Etna, na Sicília, onde trabalhavam os Ciclopes, seus oficiais, que tinham um só olho a meio da testa. Vulcano representa-se geralmente acompanhado por Vénus, como figura central; às vezes acompanhado de Vénus, sendo ele a figura principal.


Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares. O povo romano considerava-se descendente daquele deus pelo facto de Rómulo ser filho de Réia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte. Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos, na frente das muralhas de Tróia, da qual Marte se saiu perdedor. Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vénus, e com ela teve um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia.




As Tágides são as ninfas do Tejo a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra Os Lusíadas.

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