terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Gomes Freire de Andrade


Gomes Freire de Andrade

General português nascido em 1757, em Viena, e falecido em 1817. Seguiu a vida militar depois de ter vindo para Portugal aos 24 anos.
Combateu em Argel  (1784), na Rússia  (1788), na Guerra do Rossilhão (1790), na Guerra das Laranjas  (1801)  e na Guerra Peninsular, só deixando a  carreira das armas após a derrota de Napoleão em 1814. Ligado aos ideais progressistas e membro da Maçonaria, foi acusado de participar na conspiração de 1817, o que lhe valeu a prisão e a forca nesse mesmo ano. Surge como personagem na peça de Luís de Sttau Monteiro Felizmente há Luar (1961).


O general, embora nunca apareça é evocado através da esperança do povo, das perseguições dos governadores e da revolta da sua mulher e amigos. É acusado de ser o grão-mestre da maçonaria, estrangeirado, soldado brilhante, idolatrado pelo povo. Acredita na justiça e luta pela liberdade. É apresentado como o defensor do povo oprimido; o herói (no entanto, ele acaba como o anti-herói, o herói falhado); símbolo de esperança de liberdade


É um homem instruído, letrado, um «estrangeirado», símbolo da integridade de carácter, da recusa da tirania em defesa dos ideais de justiça e liberdade . É também o símbolo da modernidade e do progresso, já que adepto das novas ideias liberais.

 A sua mitificação pelo povo, que vê nele a personificação do esclarecimento, do inconformismo corajoso e da esperança na luta contra a repressão e o terror, vai torná-lo num homem incómodo, subversivo e perigoso para o poder instituído.

É assumido como uma ameaça à autoridade dos Governadores, gerando ódios e desejos mesquinhos de vingança , seja pela sua lúcida integridade moral, seja pela sua argúcia excepcional de militar, ou até mesmo pela admiração incontestável que lhe dedica o povo.

Inteligente, lúcido, capaz de ver para além da hipocrisia dos poderosos , mas humilde e discreto, já que nunca se serviu do seu estatuto para influenciar o povo .

A prova da sua inocência está na imagem que dele dá Matilde: uma conduta moral irrepreensível, uma coragem inabalável que o faz lutar até à morte, o seu sacrifício injusto, como o de Cristo.

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