terça-feira, 11 de dezembro de 2012

William Beresford & D. Miguel Forjaz


William Beresford

. Representa o poder calculista e o interesse material, que fazem dele um mercenário astuto e arrogante (58, 59);
. De carácter trocista e mordaz, não esconde o seu desprezo pelo país onde é obrigado a viver, não desperdiçando qualquer oportunidade para ridicularizar a sua pequenez e provincianismo (55-57) e até para provocar Principal Sousa de forma irónica, porque representante de um catolicismo caduco (41, 54);
. Reconhecendo ser alvo do desprezo do povo, procura a todo o custo salvaguardar o seu posto de militar, participando ativamente no processo de condenação do homem que poria em risco a sua carreira, o seu prestígio e os seus privilégios (63-64). Embora sorria da corrupção generalizada que domina o país, serve-se da denúncia para manter o seu estatuto (44, 68-69);
. O seu cinismo e a sua arrogante crueldade revelam-se na humilhação a que sujeita Matilde, quando esta lhe pede a vida do marido (93-94, 99).


D. Miguel Forjaz

. É o protótipo do pequeno tirano, inseguro e arrogante, simbolizando a decadência do país que governa, minado pela hipocrisia e pela mesquinhez. O seu espírito decrépito e caduco impede o progresso, já que acredita fanaticamente na manutenção de um governo absolutista e numa sociedade perfeitamente estratificada;
. De carácter megalómano e prepotente, revela o seu calculismo político, a sua ambição desmedida e um egoísmo arrogante, no exercício do Poder (60-61, 65-66);
. Desprovido de integridade moral e corrupto, personifica a injustiça, a traição, aliada à vingança (43), pois vê na popular figura do primo uma ameaça ao seu prestígio e poder, condenando-o sem escrúpulos (70-71);
. Frio, desumano, é a «personificação da mediocridade consciente e rancorosa» (71-72, 116-117). A sua crueldade revela-se perante a execução de Gomes Freire, que será exemplo para os que ousem desafiá-lo (131).

Sem comentários:

Enviar um comentário