William Beresford
. Representa o poder
calculista e o interesse material, que fazem dele um mercenário astuto e
arrogante (58, 59);
. De carácter trocista
e mordaz, não esconde o seu desprezo pelo país onde é obrigado a viver, não
desperdiçando qualquer oportunidade para ridicularizar a sua pequenez e
provincianismo (55-57) e até para provocar Principal Sousa de forma irónica,
porque representante de um catolicismo caduco (41, 54);
. Reconhecendo ser
alvo do desprezo do povo, procura a todo o custo salvaguardar o seu posto de
militar, participando ativamente no processo de condenação do homem que poria
em risco a sua carreira, o seu prestígio e os seus privilégios (63-64). Embora
sorria da corrupção generalizada que domina o país, serve-se da denúncia para
manter o seu estatuto (44, 68-69);
. O seu cinismo e a
sua arrogante crueldade revelam-se na humilhação a que sujeita Matilde, quando
esta lhe pede a vida do marido (93-94, 99).
D. Miguel Forjaz
. É o protótipo do
pequeno tirano, inseguro e arrogante, simbolizando a decadência do país que
governa, minado pela hipocrisia e pela mesquinhez. O seu espírito decrépito e
caduco impede o progresso, já que acredita fanaticamente na manutenção de um
governo absolutista e numa sociedade perfeitamente estratificada;
. De carácter
megalómano e prepotente, revela o seu calculismo político, a sua ambição
desmedida e um egoísmo arrogante, no exercício do Poder (60-61, 65-66);
. Desprovido de
integridade moral e corrupto, personifica a injustiça, a traição, aliada à
vingança (43), pois vê na popular figura do primo uma ameaça ao seu prestígio e
poder, condenando-o sem escrúpulos (70-71);
. Frio, desumano, é a
«personificação da mediocridade consciente e rancorosa» (71-72, 116-117). A sua
crueldade revela-se perante a execução de Gomes Freire, que será exemplo para
os que ousem desafiá-lo (131).
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