Saia verde: A saia encontra-se
associada à felicidade e foi comprada numa terra de liberdade: Paris, no
Inverno, com o dinheiro da venda de duas medalhas. A saia é uma peça
eminentemente feminina e o verde encontra-se destinado à esperança de que um
dia se reponha a justiça. Sinal do amor verdadeiro e transformador, pois
Matilde, vencendo aparentemente a dor e revolta iniciais, comunica aos outros
esperança através desta simples peça de vestuário. O verde é a cor predominante
na natureza e dos campos na Primavera, associando-se à força, à fertilidade e à
esperança.
Título: Duas vezes mencionado, inserido nas falas das
personagens (por D.Miguel, que salienta o efeito dissuasor das execuções e por
Matilde, cujas palavras remetem para um estímulo para que o povo se revolte).
A luz: Como metáfora do conhecimento dos valores do
futuro (igualdade, fraternidade e liberdade), que possibilita o progresso do
mundo, vencendo a escuridão da noite (opressão, falta de liberdade e de
esclarecimento), advém quer da fogueira quer do luar. Ambas são a certeza de
que o bem e a justiça triunfarão, não obstante todo o sofrimento inerente a
eles. Se a luz se encontra associada à vida, à saúde e à felicidade, a noite e
as trevas relacionam-se com o mal, a infelicidade, o castigo, a perdição e a
morte. A luz representa a esperança num momento trágico.
Noite: Mal, castigo, morte, símbolo do obscurantismo
Lua: Simbolicamente, por estar privada de luz
própria, na dependência do Sol e por atravessar fases, mudando de forma,
representa: dependência, periodicidade. A luz da lua, devido aos ciclos
lunares, também se associa à renovação. A luz do luar é a força extraordinária
que permite o conhecimento e a lua poderá simbolizar a passagem da vida para a
morte e vice-versa, o que aliás, se relaciona com a crença na vida para além da
morte.
Luar: Duas conotações: para os opressores, mais
pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia
seguir essa luz e lutar pela liberdade.
Fogueira: D. Miguel Forjaz – ensinamento ao povo;
Matilde – a chama mantém-se viva e a liberdade há-de chegar.
Fogo: é um elemento destruidor e ao mesmo tempo
purificador e regenerador, sendo a purificação pela água complementada pela do
fogo. Se no presente a fogueira se relaciona com a tristeza e escuridão, no
futuro relacionar-se-á com esperança e liberdade.
Moeda de cinco reis: símbolo do desrespeito que os mais poderosos
mantinham para com o próximo, contrariando os mandamentos de Deus.
Tambores: símbolo da repressão sempre presente.
Sinos: Traduzem o perverso envolvimento da Igreja
nos assuntos do Estado, contribuindo para a repressão imposta sobre o povo
(anunciam a morte de Gomes Freire). Contribuem para a denúncia da deturpação da
mensagem evangélica ao serviço de interesses mesquinhos e materiais.
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